domingo, 31 de agosto de 2008

E D. João resolve ficar, em Portugal.



O que aconteceria com o Brasil se D.João resolvesse ficar na Europa e enfrentar Napoleão? Que rumos tomaríamos em nossa história?

Digamos que D. João cede às pressões populares, de ministros e de sua esposa, Carlota Joaquina, e fica em seu país. Portugal participa do Bloqueio continental de Napoleão, decreta prisão de súditos ingleses e captura seus bens. Mesmo estando do “lado” francês, as tropas francesas invadem Portugal, devido aos acordos com a Inglaterra que o país ainda mantinha secretamente.

Os ingleses retirariam seus navios e confiscam a esquadra portuguesa, só não bombardeariam Lisboa devido à intervenção de Canning, ministro dos Negócios Estrangeiros da Inglaterra, que considera a longa história de amizade com Portugal.

D. João é exilado na França e Carlota é enviada a seus pais na Espanha. Portugal entra em decadência econômica pois perde sua principal colônia, o Brasil, que representava 80% do comércio externo de Portugal e 60% de todas as exportações portuguesas.
D. João, devido ao impacto dos acontecimentos, morre no exílio logo após sua mãe, a rainha D. Maria I.

Com a queda de Napoleão após a batalha de Leipzig, a família real espanhola que também estava no exílio é liberada e Carlota Joaquina negocia a sucessão do trono espanhol, usando como artifício o fato de poder unir novamente as duas coroas.

O Brasil havia se tornado um território repleto de pólos políticos, cada capitania-geral, vice-reinado, até mesmo municipalidade acreditou no direito de definir quem queria obedecer.

Formar-se-iam cinco países do território português na América do Sul, os países se formaram devido a divergências quanto à abolição da escravatura, formação de alianças internacionais e sistema governamental.

Poderíamos supor a criação da República dos Pampas, na região sul do Brasil, o país extinguiria o tráfico negreiro e aboliria progressivamente a escravidão. As regiões que compõe este país possuem semelhanças quanto às atividades econômicas;

O Estado do Grão-Pará, que compreenderia a Amazônia e o Maranhão. Conseguiu se consolidar com a intervenção inglesa, um governo republicano e escravista. Sua capital seria Belém;

Estados Unidos do Equador: República escravista com capital em Recife. Composto pelos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Previa medidas abolicionistas;
Reino Unido da Bahia e Guiné. Formado pela unificação da Bahia, Pernambuco e Alagoas. Capital em Salvador, o centro econômico mais forte;

Estados Unidos do Brasil, nos territórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, entre todos já havia alianças econômicas antes da queda de Portugal. Republica escravista com capital no Rio de Janeiro.

Se aquele o qual muitos ainda se referem como medroso não tivesse a coragem de desafiar Napoleão, a opinião pública, cruzar os mares e morar em uma terra considerada selvagem, nosso país talvez não se tornasse um país.

Como síntese de tudo o que foi exposto neste trabalho, a vinda da família real portuguesa foi mais que apenas uma fuga, foi uma vitória que assegurou a formação de uma futura nação, com diversidade cultural, étnica, produções cientificas e artísticas, o Brasil. Nosso país não fora descoberto apenas em 1500, foi descoberto novamente em 1808.






Bibliografia:

  • História da Biblioteca Nacional- Edição 32
  • História Especial- Edição 3

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Curiosidades

  • Quando a noticia de que o principe-regente e sua comitiva desembarcariam no dia seguinte no Rio de Janeiro chegou ao ouvido dos cariocas, este povo iniciou uma festa que só termino no outro dia. Naquela noite, ninguém na cidade dormiu.
    As festas da vinda da família real portuguesa foram prolongadas durante 9 dias e 9 noites.
  • A viagem da corte portuguesa para o Brasil atrasou cerca de 40 horas, pois no dia 28, data que estava prevista a saída das naus do porto de Lisboa, o rio Tejo, passagem obrigatória para chegar ao Oceano Atlântico, encontrava-se em condições impossíveis para navegação.
  • Durante os 57 dias de viagem até o Brasil, a nau Afonso de Albuquerque, além de sofrer com a falta de alimentos e de água, passou por um surto de piolhos. Todas as pirucas dos nobres foram lançadas ao mar, e todas as tripulantes desta nau, inclusive a dona Carlota Joaquina, tiveram que raspar e untar suas cabeças com banha de porco.
  • Quando as mulheres portuguesas chegaram ao Brasil com suas cabeças raspadas usando turbantes, as cariocas pensaram que esta era a ultima moda na Europa e, então, rasparam suas cabeças também.
  • Com medo de encaram um povo desconhecido e como a nau do príncipe-regente ainda não havia chegado ao Rio de Janeiro, os tripulantes da nau Princesa do Brasil, entre eles as duas irmãs da rainha D. Maria I, já muito velhas, não desembarcaram e permaneceram no navio durante 30 dias a espera de D. João.
  • Quando a família real chegou ao Rio de Janeiro não encontrou numero suficiente de alojamentos disponíveis para abrigar as 15 mil pessoas que vieram de Portugal. O príncipe-regente, então, decretou que as melhores casas da cidade fossem cedidas àqueles que não possuíam casa ainda. A casa que fosse solicitada seria carimbada na porta com as iniciais PR (Príncipe-Regente), mas que pelo povo ficaram conhecidas como “Ponha-se na rua".
  • A Real Biblioteca portuguesa, antes da vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, possuía um incrível acervo com cerca de 60000 volumes. Ela era vinte vezes maior do que o da Biblioteca Thomas Jefferson em Washington, que é, hoje, a maior biblioteca do mundo. Porém, todo este acervo foi esquecido no porto de Lisboa no momento da “fuga” para o Brasil, mas parte deste, dois anos depois, seria enviada para o Rio de Janeiro.

Bibliografia:

A Influência na Culinária

Quando pensamos em conseqüências da vinda da família real portuguesa para o Brasil, logo pensamos em ciência, arquitetura, literatura, porém nunca em culinária. A culinária regional pode expressar muito de um povo, mostrando seus hábitos, gestos, isto é, reflete na mesa a personalidade de um povo. Por isso que as mudanças feitas pelos portugueses vindos da em 1808 são de grande importância, pois mudou muita coisa na vida dos que aqui viviam.

A alimentação dos brasileiros era pobre: mandioca e seus derivados, frutos nativos e carne de caça, que se encontrava cada vez mais escassa. Quando a Família Real chegou aqui, os hábitos alimentares dos brasileiros já haviam sido modificados pelos portugueses que chegaram antes. Porém, foi a partir de 1808 que a alimentação brasileira tornou-se mais elaborada.

Dentre os alimentos que os europeus aqui introduziram estão à abóbora, gengibre mostardas, hortelã, manjericão, cebola, alho, berinjela, cenoura, figo, romã, frutas cítricas, melão, melancia, entre outros. Trouxeram pára cá também, bovinos, suínos, ovinos, caprinos e aves como patos e gansos. Incrementou a mesa dos brasileiros com galinhas cozidas ou assadas, arroz de forno, perus, leitões, cabritos e doces.

Todas essas mudanças na alimentação brasileira, juntamente com a influência de outras culturas, como a africana, italiana, alemã e japonesa, ajudaram a formar uma identidade gastronômica em nosso país, que encontra por sua variedade de pratos e sabores.


Curiosidades

  • Os correios estão lançando um novo selo a fim de homenagear os portugueses e destacar a grande influência lusa na gastronomia. Este selo mostra dois pratos que foram introduzidos no Brasil pelos portugueses, o Cozido Completo e o Quindim.
Abaixo, a receita de um dos doces da gastronomia Luso-Brasileira:


Receita de Quindim

Ingredientes
- 300g de açúcar
- 100g de coco ralado
- 12 gemas de ovos
- 1 colher de sopa de manteiga

Modo de preparo
Bater na batedeira as gemas, a manteiga e o açúcar. Hidratar o coco com água quente e acrescentar a mistura acima. Untar as forminhas com bastante manteiga e açúcar e despejar a mistura. Assar em banho-maria, coberto com papel alumínio. Desenformar e servir frio.




Bibliografia

domingo, 24 de agosto de 2008

Arquitetura ANTES, DURANTE e DEPOIS


A
ntes da vinda da Família Real, dominavam no Brasil os estilos arquitetônicos Barroco e Rococó.

O Barroco era muito ligado a igreja. Chegou ao Brasil juntos dos Missionários Jesuítas, sendo muito empregado na construção de igrejas. Possuía um estilo muito exagerado, suas construções possuíam tamanhos monumentais e havia excesso de decorações.

O Rococó não era ligado à igreja, ao contrário do Barroco. Originário na França chegou ao Brasil junto dos conolizadores. Possuía um estilo mais requintado, sempre associado a nobreza. Em suas decorações predominavam sentimentos alegres e saudáveis.


Com D.João VI no Brasil, começou-se um forte investimento na cultura e nas ciências, vindo mais tarde a Missão Artística Francesa. Desta maneira apareceu o estilo do classicismo, inspirado na sociedade clássica. Esse estilo era caracterizado pela simetria, uso de figuras geométricas, arcadas, abóbodas, pórticos.

Um de seus maiores expoentes foi o arquiteto Grandjean de Montigny (1776-1850), tendo como uma de suas principais obras arquitetônica a sede da reitoria da Pontíficia Universidade Católica no Rio de Janeiro.

Hoje em dia temos a arquitetura moderna, tendo como um de seus ícones o ilustre criador de Brasília, Oscar Niemeyer.

Temos também um dos mais recentes estilos, o contemporâneo, sendo caracterizado pela sua ousadia, criatividade e seu uso de figuras abstratas.


Bibliografia:

Produção Científica Brasileira e a Biopirataria


Na Europa do século XIX a ideologia de que o conhecimento não tem fronteiras e é um bem universal era predominante e utilizada para justificar o que hoje denominamos biopirataria. Quando as tropas francesas conquistaram Portugal pilharam as riquezas artísticas e científicas, ajudados até mesmo por alguns portugueses que compartilhavam esta ideologia. Para os franceses a "aquisição" do material científico seria útil para Portugal, segundo eles, tomaram apenas ervas e produziriam conhecimento científico.

No Brasil antes da chegada da Corte a realidade era outra. Os portugueses proibiam a publicação de materiais a respeito da fauna e da flora para evitar que informações sobre minas de metais preciosos ou tipo de produção agrícola rentável no Brasil chegassem ao conhecimento das outras nações. Somente os membros do Império Português podiam realizar pesquisas científicas no Brasil. Os poucos pesquisadores que chegavam ao Brasil eram portugueses que realizavam as chamadas “Viagens Filosóficas”, eles coletavam algumas poucas amostras e as levavam para as universidades portuguesas. Por esta razão os brasileiros que desejavam se especializar tinham que ir até Portugal, como foi o caso de José Bonifácio que estudou na Universidade de Coimbra.



Com a instalação da Corte no Brasil a produção cientifica foi incentivada. Ao abrir os portos as nações amigas permitiram não apenas o livre comércio, mas também que pesquisadores estrangeiros analisassem esta rica colônia. Os artigos científicos que antes não podiam ser publicados e eram transmitidos oralmente ou por manuscritos agora podiam. O RJ toma o lugar das universidades portuguesas como o centro de pesquisas do império, isso se tornou evidente quando D. João VI cria o Real Horto, atual Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

As primeiras mudas do Real Horto foram “obtidas” via apropriação do jardim botânico La Gabrielle, em Caiena que fora invadida pelos “corsários’ portugueses em 1809. Era muito comum levar material ilegalmente para pesquisas no exterior, como as 21 caixas de plantas vivas originárias dos arredores do Rio de Janeiro que o botânico Auguste de Saint-Hilaire enviou para as colônias francesas.

A realidade da biopirataria permaneceu mesmo após dois séculos. Estrangeiros ainda buscam suas fontes de pesquisa na Amazônia, coletam o material que é transformado em medicamento e nos vendem a autos custos o que é nosso por direito.

O papel da família real portuguesa foi importantíssimo pois mostrou para os europeus que o Brasil era habitável e possuía condições para o desenvolvimento acadêmico. Embora o desenvolvimento acadêmico brasileiro tenha se iniciado há cerca de 200 anos muitos brasileiros que buscam uma melhor formação ainda fazem o mesmo que José Bonifácio, procuram amparo intelectual no exterior. Os portugueses já nos mostraram que o essencial pra uma nação encontra-se na educação.






Bibliografia:

domingo, 3 de agosto de 2008

A Influência na Ciência

A vinda da família real portuguesa para o Brasil não significou apenas mudanças no campo cultural e social, significou também grandes avanços científicos.

Até 1808, a ciência e a medicina brasileira eram muito precárias. Não existiam médicos nem faculdades. Para que um brasileiro se especializasse em alguma área científica ou médica, precisava ir para o exterior. Quando alguém ficava doente, quem tratava eram barbeiros, religiosos, boticários, que, em geral, não possuíam conhecimento suficiente para realizar este tipo de trabalho.

D. João VI, ao verificar esta falta de médicos e faculdades de cirurgia aqui, tomou uma de suas primeiras medidas em solo brasileiro, que foi a fundação da Escola de Cirurgia da Bahia, em Salvador, que mais tarde viria a se tornar a primeira faculdade de medicina do território nacional. Pouco tempo depois foi inaugurada outra escola cirúrgica, anatômica e médica, desta vez no Rio de Janeiro.

Outra medida muito importante para o desenvolvimento da ciência local foi a autorização, por parte do príncipe-regente, da circulação de jornais e revistas, até então proibidos. Mesmo todos os jornais e revistas serem submetidos à censura, esta foi uma forma de difusão de informações dentro do território brasileiro, e foi através destes que a ciência começou a expor suas idéias. O jornal “O Patriota”, do Rio de Janeiro viria a publicar os primeiros artigos científicos.

A
ciência viria a ser mais explorada a partir de 1817, quando a Missão Artística Austríaca chegaria ao Brasil com vários cientistas e estudiosos. Nesta comitiva se encontravam os alemães Von Martius e Von Spix, botânico e zoólogo, respectivamente. Eles exploraram grande parte do território brasileiro, principalmente ao norte e nordeste, e após recolherem muitas amostras de novas espécies de fauna e flora, voltaram para o seu país para poder catalogá-los. Foram 6500 variedades de flora, 85 espécies de mamíferos, 350 de aves, 130 de anfíbios, 146 de peixes e 2700 insetos diferentes. Foi a partir desta missão que muitos dos recursos naturais do “novo mundo” tornaram-se conhecidos.

Foi inaugurado também o Real Horto, um Jardim de Aclimação que Dom João mandou preparar com o objetivo de cultivar plantas exóticas. Várias espécies de plantas vieram de outros países, principalmente da Índia, para que pudessem ser plantados no Real Horto. Este Jardim de Aclimação viria a se tornar o atual Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ele possuía uma grande importância, pois serviu muitas vezes para a coleta de plantas para pesquisas científicas, principalmente com fins medicinais.

Mesmo com tantas mudanças na ciência e medicina, a condição de vida dos brasileiros continuou deficiente, pois todos os avanços tecnológicos e os acessos à medicina eram privilégios que apenas os nobres possuíam, como ainda ocorre hoje, onde grande massa da população não têm acesso a saúde e conhecimento de qualidade. Porém, todos estes acontecimentos já foram um grande passo para o desenvolvimento de nosso país.



Bibliografia:

sábado, 2 de agosto de 2008

A Arquitetura no Brasil

Com a instalação da família real no Rio de Janeiro, várias obras arquitetônicas foram feitas na cidade, com o objetivo de modernizá-la e embelezá-la. Entanto, os principais responsáveis pelas obras não foram à família real e nem sua corte, mas sim a elite local, que coube a ela o financiamento destas.


As principais construções desta época foram a construção do prédio da Academia de Belas Artes e o atual Palácio Duque de Caxias, construído com o propósito de abrigar o primeiro quartel. Também é atribuído a eles o aumento no tamanho da cidade do Rio de Janeiro, pois Dom João permitiu a abertura de novos loteamentos fora dos limites municipais da época.


A elite fluminense não se preocupava em ostentar riqueza, por esse motivo suas casas, muitas no estilo barroco, eram grandes e na sua maioria sem muito luxo, mas tudo mudou, começou-se uma reforma geral, no estilo neoclássico em sua maioria, motivados em poderem morar ao lado do príncipe regente. Chegou dessa forma um novo modelo arquitetônico ao Brasil, visando o luxo e a beleza dos prédios e monumentos.


Com um acréscimo populacional de 15 mil pessoas, foram construídas novas ruas e modernizada as já existentes. O Rio de Janeiro passava por enormes transformações que afetavam seu jeito de pensar, que se difundiram em todo o Brasil. Uma nova tendência estava nascendo e com ela novos conceitos, que misturavam a típica cultura brasileira com a clássica européia.

Bibliografia: